O elo perdido: antagonismo, identidades coletivas e a dinâmica das guerras civis

Data de Início: 

Natureza do Projeto: PESQUISA

Situação do Projeto: EM ANDAMENTO

Descrição: Qual a relação entre identidades coletivas e a dinâmica das guerras civis, isto é, como e por quais motivos pessoas se juntam a ou desertam de grupos, e como a violência é exercida nesses contextos? Desde o final da Guerra Fria, este é um dos debates mais acirrados dentro da discussão sobre conflitos intraestatais, sobretudo ao se buscar compreender o peso de variáveis étnicas e religiosas. Essencialmente, esta discussão se divide em duas grandes direções. De um lado, argumenta-se que discursos identitários com fundamentos étnicos e religiosos são meramente retóricas de lideranças para recrutamento de militantes, defendendo-se então a primazia de variáveis econômicas para a compreensão das dinâmicas dos conflitos. Outros, contudo, apontam a importância de fatores identitários para recrutamento e a própria lógica da violência em guerras civis. Todavia, argumento que um problema presente em ambas as abordagens, certamente maior na segunda, é uma visão essencialista sobre identidades, que destaca como traços de determinados grupos podem levar ao conflito, culminando por vezes em visões sobre religiões e etnias como inerentemente violentas. À luz do exposto, o presente projeto de pesquisa revisita o debate sobre identidades coletivas e a dinâmica de guerras civis com os objetivos de: (1) realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o tema; (2) construir, com base na literatura pós-estruturalista de Ciência Política e Relações Internacionais, e em particular na teoria política de Ernesto Laclau, um arcabouço analítico não-essencialista; e (3) utilizá-lo para analisar as guerras civis do Afeganistão (1992-1996), Bósnia (1992-1995) e  Congo (1996-1997).

Linhas de Pesquisa: